Agora você vem com essa história: de que isso tudo sempre esteve aí, na cara. Verdade, nua e crua, estampada de mentira. Eu sabia que essas seriam suas desculpas, pra fingir que a culpa é minha. Culpou minha angustia, transformand0-a em anciedade. Eu sei, você pensou que era fobia.
Pensei comigo: baixa a bola, olha a prepotência, que você não é tudo isso!
Mas quem sou eu, e o que eu digo? Se para mim, naquele instante o tudo era apenas você. Agora eu admito. Está feliz?
Mas aquilo não foi pressa. Estava ali, uma adolescente admirada dos pés à cabeça! E pra você, em que categoria eu cabia?
Ahh a cadeira do teatro, quão macia era ela quando eu estava ao seu lado. Ahh os teu olhos, na meia escuridão. Aquele dia nem Sancho Pança me tirou a atenção. Você me desviava. Me tirava o rumo da vida. E eu só queria saber das nossas conversas, desfrutar os carinhos em palavras.
Você foi meu címplice. Eu chorei nos teus braços. Os moinhos de vento encantavam a nós dois. Mas eu te relembro, te acuso neste instante: você foi primeiro. Primeiro gostou, se interessou. Correu atrás, perguntou por mim. Fingi não saber. Mas então eu cedi, e com você eu dividi mais do que os meus medos da vida. Dividi meu coração e você o negou. Me afugentou até com as mãos. Virou o rosto. E enquanto eu me sentia Dulceneia, você me fez cair do palco.
E sem pedir biss me disse assim: Você, Aldonza, não é nada para mim.
domingo, 8 de fevereiro de 2009
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Belas referências! Como é gostoso ler algo assim, tão bem escrito, às quatro da manhã. Vou dormir sorrindo, pois chamaram-me de Alonso, assim como ele - e não deve ter sido à toa.
ResponderExcluirDe alguém que, ao olhar-se no espelho, enxerga um "Dom" qualquer.
"Andiamo!"
Ai. O problema está na ida dos primeiros. Não acha? Parece que toda a graça da coisas nova não volta. Os outros novos interessados não surpreendem mais. E por mais que tudo soe arrogância, eu e você sabemos, que na verdade não sabemos.
ResponderExcluirTe amo minha gêmea de dor. =)