terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Matinal da madrugada.

Enjôo fácil.
Me perdoe, não queria ser assim
Ah, acredite, não queria.
Mas enjôo.




E tem vezes que a gente nem sabe por quê.
Doce, meleca.
De resto, tudo azeda.

A água alivia.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Janela Triste

Uma casinha
Janela branca na morro
Eu te espero aqui dentro
Você esqueceu de passar

Pra um chapéu velho
Que me lembrava você
Foi preciso um adeus
Igual roubei de você

Nossos poucos dias
Não servem nem para enredo
Dos contos baratos
Que você escrevia

Janela branca triste
Cortina na poeira
Cazuza toca no rádio
Meu primeiro amor



(foi minha primeira música!)

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Carta à La Mancha.

Agora você vem com essa história: de que isso tudo sempre esteve aí, na cara. Verdade, nua e crua, estampada de mentira. Eu sabia que essas seriam suas desculpas, pra fingir que a culpa é minha. Culpou minha angustia, transformand0-a em anciedade. Eu sei, você pensou que era fobia.
Pensei comigo: baixa a bola, olha a prepotência, que você não é tudo isso!
Mas quem sou eu, e o que eu digo? Se para mim, naquele instante o tudo era apenas você. Agora eu admito. Está feliz?
Mas aquilo não foi pressa. Estava ali, uma adolescente admirada dos pés à cabeça! E pra você, em que categoria eu cabia?
Ahh a cadeira do teatro, quão macia era ela quando eu estava ao seu lado. Ahh os teu olhos, na meia escuridão. Aquele dia nem Sancho Pança me tirou a atenção. Você me desviava. Me tirava o rumo da vida. E eu só queria saber das nossas conversas, desfrutar os carinhos em palavras.
Você foi meu címplice. Eu chorei nos teus braços. Os moinhos de vento encantavam a nós dois. Mas eu te relembro, te acuso neste instante: você foi primeiro. Primeiro gostou, se interessou. Correu atrás, perguntou por mim. Fingi não saber. Mas então eu cedi, e com você eu dividi mais do que os meus medos da vida. Dividi meu coração e você o negou. Me afugentou até com as mãos. Virou o rosto. E enquanto eu me sentia Dulceneia, você me fez cair do palco.
E sem pedir biss me disse assim: Você, Aldonza, não é nada para mim.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Tá falado.

Eu vim falar do amor. Esse aí. Sem letras maiúsculas, sem pompa... sem bomba. O amor. Falar daquele que não sinto e que comigo está sentido. Se me esqueci? Ora amor, não pense assim. Eu apenas não te encontro. Já procurei, já esperei, já fingi e imaginei. Mas foi você, amor, que insistiu em se esconder.
Bati à portas, revirei latas, fingi ser lixo e muito mais. Mas nem assim, amor, eu te encontrei. Caí em cima; dei tapa na cara e dei cara à bater. Adiantou? Eu te enfrentei? Pois nem pra brigar vc prestou!
Confesso: idealizei. Mas então sonhei... ah e como me entreguei! Suspirei, olhei só pra frente, dei cambalhotas e, veja só, até cantei. Me estiquei o máximo que pude, e por centìmetros, amor, é que não te toquei.
Desta vez balancei. Me destruí, ofendi, me revoltei! Fechei meu rosto; vesti a máscara do desgosto. Quer saber? Me ferrei. Ela grudou, não quer sair, quissá dançou. E por um triz que eu não sumi.
Agora é assim: um pouco eu ,um pouco márcara. Um todo gelo. Mas não sou nem um pouco amor.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Enfim

A noite foi intensa, agitada. Pesadelos até, eu diria. Uma noite que pareceu durar séculos, mas que só foi dormida por três horas. Amargas estas horas. Mas também especiais, delicadas em sua maneira. Horas de aflição-emoção-cabelos em pé. Em pé? Em pé de guerra todos os nervos. Nervosa? Magina meu bem, tremo ao acaso. Enfim o sono chegou. Atrasado novamente, camarada!
Mas então, ufa, a noite já foi... quantos minutos faltam? Faltam horas. E o meio do dia que insiste em não chegar. F5 F5 F5.... nada. F5 F5 F5, por hoas a fio. Nada. "Mãe, já se passaram 16 minutos da hora marcada, eu vou surtar". Página lenta. Lágrimas nos olhos. Mas já? é... n-nãoo, foi um bocejo.
F5.
Lá está ela. Ahhh página lenta, já disse, vou surtar.

ADRIANA CARDOSO DE ANDRADE

E é com todo o orgulho que hoje eu digo:
PASSEI NO VESTIBULAR!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Clic!

A luz do quarto próximo ascendeu-se. Mais uma vez. É a terceira vez esta noite, mas não me incomoda, entristece. É apenas o medo de dormir no escuro, um breu que assusta a gente, mas quem entende? Tornam a apagar a luz que embala ,nos cegando num repente. É o teu escuro que me entristece ou o meu que me incomoda?É teu choro que me embala ou a luz que me acorda? Não importa, teu suspiro reconforta.