Enxugou com o ombro a lágrima que escorria pelo queixo.
E sorriu, pois de repente achou beleza na própria dor e confusão.
Dramaticamente belos!
Anotou os pensamento e viu que,
no punho canhoto que (enfim!) escrevia,
outra lágrima ainda havia.
E ela, tão pequena, hesitava em escorrer.
Outras vieram para acompanhá-la, mas apenas ela resistiu.
Como se desejasse assistir de camarote as palavras sendo escritas, descrevendo ela mesma.
Sua biografia.
Que plateia discreta.
E nenhum espatáculo.
Uma curta história de vida, pois, se teimosa,
não escorria pela pele, aos poucos foi secando.
Decidida a dar um fim mais poético à lágrima,
que era fruto de sua poesia, foi dar-lhe um beijo para que secasse de uma vez.
Já er tarde.
Sentiu apenas sua umidade salgada repuxar, bem de leve, sua pele.
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
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E se os olhos resolvem chover, é por que a pele precisa ser regada.
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